A decisão de Jone Rafael, de 21 anos, residente no Bairro Samora Machel, distrito de Zumbo, de procurar uma consulta de planeamento familiar começou depois de ter ouvido um programa da rádio comunitária de Zumbo que dizia que os homens também têm um papel activo na escolha dos métodos anticonceptivos.
“Durante muito tempo acreditei que o planeamento familiar era assunto exclusivo das mulheres. Limitava-me a usar preservativo, sem imaginar que existiam outras opções também pensadas para nós, homens. Tudo mudou quando ouvi um programa de rádio explicar, de forma simples e directa, que o planeamento familiar é uma responsabilidade partilhada. Aquilo fez-me parar e pensar.
Decidi ir à unidade sanitária. Fui recebido com muita atenção pela enfermeira, que me apresentou todos os métodos anticonceptivos disponíveis. Explicou-me vantagens, cuidados e processos, e aconselhou que regressasse no dia seguinte com a minha namorada, para tomarmos uma decisão conjunta.
Conversei com ela e, no dia seguinte, voltámos os dois à unidade. A mesma enfermeira voltou a explicar cada método com paciência. Juntos, escolhemos o implante de três anos.
O que mais me marcou no programa de rádio foi ouvir, de forma clara, que o planeamento familiar também é para os homens. Aquela mensagem tocou-me profundamente. Percebi que eu também tinha um papel activo no bem-estar do nosso relacionamento. Hoje afirmo com convicção: o planeamento familiar não é apenas para mulheres. Nós, homens, podemos, e devemos, participar. Podemos procurar o serviço sozinhos ou acompanhados, e seremos sempre bem recebidos. O mais importante é dar o primeiro passo para o bem-estar do casal e para um futuro mais seguro.”
História recolhida no âmbito do reforço das capacidades dos jornalistas na produção de histórias de mudança, no quadro do projecto Mulheres Felizes e Bebés Felizes, implementado em consórcio pela h2n, ICRH-Moçambique, TV Surdo e AMOG, com financiamento do Governo da Flanders.