O bootcamp intensivo de um mês, etapa final depois da inscrição, análise de perfil, avaliação escrita e entrevistas dos candidatos ao segundo ciclo de formação do Acelerador Juvenil (AJ), testou conhecimentos e provou aos participantes que são capazes de muito mais do que imaginavam. Logo nos primeiros dias, muitos chegaram inseguros, com receio de não conseguir acompanhar. Mas, à medida que iam aprendendo sobre algoritmos, variáveis e estruturas de repetição, ligadas a situações reais das suas comunidades, a percepção mudou completamente.
“No início, pensei que programação era coisa de quem já nasceu bom com computadores. Mas quando consegui fazer o meu primeiro exercício sozinha, percebi que afinal consigo”, contou Anastácia Margarida, candidata da Rádio Voz Coop. O mesmo sentimento foi partilhado por Edson Mondlane, da mesma rádio. “Entrei com medo, saio com confiança. Já não olho para os problemas da minha comunidade como coisas impossíveis. Agora penso logo em soluções”, explicou.
Foram seleccionados 75 jovens, 15 para cada uma das rádios: Voz Coop (cidade de Maputo), Encontro (cidade de Nampula), Xinavane (distrito da Manhiça, província de Maputo), Watana (Nacala-Porto, Nampula) e Wimbe (Pemba, Cabo Delgado).
A fase fundamental arranca no dia 6 de Outubro e vai durar cinco meses, com o objectivo de dotar os participantes de competências técnicas na área de programação, mas sobretudo de transformar a forma como a juventude moçambicana se vê a si própria, não apenas como consumidora de tecnologia, mas como criadora de soluções digitais para resolver os problemas das suas comunidades.
O AJ faz parte do projecto CRP IV, financiado pela Embaixada da Noruega e implementado pela h2n.