Jovens dos Aceleradores Juvenis (AJ), das províncias de Maputo e Nampula, foram desafiados, ao longo da última semana, a desenvolver ideias tecnológicas capazes de responder a problemas concretos nas suas comunidades relaccionados a justiça social, sustentabilidade ambiental e inclusão de pessoas com deficiência (PCDs).
As sessões decorreram na Rádio Voz Coop, em Maputo, e na Rádio e Televisão Encontro, em Nampula, no âmbito das actividades do projecto CRP IV. Durante os encontros, os participantes abordaram temas ligados aos direitos humanos, aos impactos das mudanças climáticas e à inclusão social, com foco na inovação e o uso da tecnologia.
“Foi inspirador ver como os jovens se apropriaram dos temas e desafiaram-se a desenvolver aplicativos para denúncias de violações de direitos ou sistemas de alerta para desastres naturais”, disse Neima Neves, uma das facilitadoras em Maputo.
Para muitos participantes, a iniciativa abriu os olhos para novas formas de resolver problemas nas suas comunidades. A jovem Rosalina Sitoe, participante em Maputo, diz que passou a ver a tecnologia como uma ferramenta útil para resolver questões do dia-a-dia no bairro. “Aprendi que não preciso esperar por soluções de fora. Nós, jovens, podemos usar a tecnologia que já temos para fazer a diferença no nosso bairro”, afirmou.
Em Nampula, os debates também foram produtivos e cheios de energia. Tânia Mabunguene, uma das facilitadoras em Nampula, sublinhou a forma como os jovens participaram activamente e apresentaram soluções realistas para os desafios locais. “Ficou claro que há um grande potencial nos nossos jovens. Eles conhecem os problemas das suas comunidades e têm ideias práticas para enfrentá-los”, destacou.
Bento Júnior, participante em Nampula, valorizou o espaço dado a temas que muitas vezes são ignorados no dia-a-dia. “Falamos de coisas que nem sempre têm espaço na sociedade, como o acesso de pessoas com deficiência à educação e ao emprego. Saímos daqui mais conscientes e mais preparados para agir”, explicou Júnior.
Os Aceleradores Juvenis são grupos de jovens que recebem formação e apoio em temas essenciais para o desenvolvimento comunitário, promovendo o protagonismo juvenil e a disseminação de boas práticas. A vertente digital desta iniciativa capacita os participantes no uso de ferramentas digitais, fortalecendo competências em comunicação online, produção de conteúdos multimédia e mobilização digital para ampliar o impacto social das suas acções.
No total, são 60 participantes, dos quais 24 são rapazes e 36 raparigas, incluindo nove pessoas com deficiência: uma com deficiência múltipla, três com deficiência física, uma com baixa visão e quatro com deficiência auditiva.
O CRP IV é financiado pela Embaixada da Noruega em Moçambique e implementado pela h2n.