Pessoas internamente deslocadas e comunidades acolhedoras do distrito de Metuge, em Cabo Delgado, participaram nos primeiros programas de rádio no âmbito do projecto COESO III, uma iniciativa que visa reforçar a coesão social e apoiar as famílias deslocadas do norte de Moçambique na tomada de decisões sobre o seu futuro — seja regressar às zonas de origem ou integrar-se nas comunidades actuais. Os programas, produzidos pela Rádio Comunitária Wimbe, centraram-se no papel dos Comités de Desenvolvimento da Aldeia (CDAs) e na importância da convivência harmoniosa entre deslocados e residentes locais.
“Antes, os deslocados eram vistos como estranhos e muitas vezes ignorados nos momentos importantes da vida comunitária. Hoje, somos incluídos. Participamos em cerimónias e decisões, graças ao trabalho dos CDAs”, afirmou Luciano Marchado, residente na Aldeia 25 de Junho, no distrito de Metuge.
Durante os programas, Joaquim Chale, coordenador da componente da Sociedade Civil na Fundação Aga Khan Moçambique, explicoiu que os CDAs promovem soluções locais para os desafios quotidianos. “Falar do CDA é falar de um comité que trabalha para o desenvolvimento das aldeias, procurando soluções para os desafios do dia-a-dia e reforçando o relacionamento entre as pessoas”, explicou Joaquim Chale.
As emissões contaram ainda com a participação de Feliciano João, facilitador dos CDAs em Metuge, e Modesta Eusébio, facilitadora do CDA em Chiúre, que partilharam experiências vividas no terreno.
O projecto COESO III é financiado pela União Europeia e pela Fundação Aga Khan do Reino Unido, sendo implementado pela Fundação Aga Khan Moçambique, em parceria com a Associação Progresso e a h2n. As actividades decorrem nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa.