Visitas domiciliárias promovem mudança de comportamento e fortalecem o combate à malária no âmbito do FMSBC

No âmbito do projecto FMSBC (Combater a Malária através da Mudança Social e Comportamental), 62 famílias nos distritos de Nampula, Monapo, Nacala-a-Velha, Nacala Porto, Lalaua e Larde, receberam de visitas domiciliárias realizadas por facilitadores e voluntários, com o objectivo de aconselhar sobre o uso correcto da rede mosquiteira e incentivar a participação em diálogos comunitários. Essas visitas têm sido cruciais para personalizar mensagens de prevenção e promover o diálogo familiar, resultando em mudanças significativas no comportamento dos participantes, como demonstrado pelo casal Alex e Ermelinda, que destacaram a transformação positiva nas suas práticas e na dinâmica familiar após as sessões de diálogo.

Alex Emílio e Ermelinda Francisco, ambos na faixa etária dos 25 aos 30 anos e pais de um filho. Alex participou de uma das sessões de diálogos comunitários na comunidade de Tonhane, onde vive, e relatou as mudanças que essa experiência trouxe para a sua vida familiar. “Participar das sessões foi fundamental porque me despertou para a importância do diálogo entre o homem e a mulher em relação a todos os assuntos para o bem da família”, afirmou Alex.

Ermelinda sublinhou as mudanças que notou no comportamento do marido depois que ele participou nas sessões promovidas pelo projecto. Ela observou que o marido, que anteriormente era relutante em envolver-se em certas tarefas e decisões domésticas, passou a mostrar uma atitude mais colaborativa.  “O meu marido melhorou muito. Agora ele ajuda nas atividades domésticas, autorizou a recepção de brigadas de saúde mesmo na ausência dele, e já incentiva o uso correcto da rede mosquiteira, que antes pensávamos que causava doenças”, explicou.

Alex contou ainda que a família voltou a usar a rede mosquiteira correctamente após entender a sua importância no combate à malária durante as sessões de diálogo. “Quando recebemos as redes mosquiteiras, falaram sobre a prevenção da malária, mas não entendíamos como isso seria possível, então passamos a usá-las para guardar mapira, milho e outros produtos”, confessou.

Ana Macuacua, Coordenadora Sénior de Campo no projecto FMSBC, explicou que a intervenção directa nas casas das pessoas permite uma maior personalização das mensagens e garante que as informações sejam compreendidas e aplicadas no contexto de cada família. “Essas visitas domiciliárias têm sido uma ferramenta essencial para garantir que as mensagens de prevenção cheguem a todos os membros da comunidade. Elas não só promovem o uso adequado da rede mosquiteira, mas também reforçam a importância do diálogo familiar na tomada de decisões para a saúde e bem-estar da família.”

O FMSBC é financiado pela USAID Moçambique e implementado pela Johns Hopkins University (JHU), Tchova-Tchova e h2n em colaboração com o Ministério da Saúde – MISAU.